A crise de representação partidária e de legitimidade que enfrenta o sistema político brasileiro foram discutidas minuciosamente, e os palestrantes demostraram a necessidade de se quebrar o rochedo oligárquico em que se transformaram os partidos políticos.

De acordo com a professora da Unesp e cientista política, Rita de Cássia Biason, os partidos são fundamentais para a democracia, entretanto existe uma falta de democracia intrapartidária dentro deles.  “Para garantir a oportunidade de igualdade dentro dos partidos seria muito importante implementação da democracia no funcionamento interno. Acredito que é necessário o investimento de conceitos de accountability e compliance nos partidos políticos”, afirmou.

Já o jornalista do Estadão, José Fucs, diz que faltam prévias dentro dos partidos, e responsabiliza o sistema de coalização como o causador da corrupção no Brasil. Também, defende o fim do financiamento público aos partidos, pois, eles deveriam ser sustentados pelos seus próprios filiados e simpatizantes.

Para o cientista político, Marcelo Issa, o sistema de coalização favorece a pluralidade e a moderação nos partidos, mas está associado simplesmente ao fisiologismo e corrupção, sendo que os partidos não são transparentes. “O sistema foi pensado para trazer mais atores para o jogo político e evitar decisões mais radicalizadas por parte do Poder Executivo”. Ele ressalta a importância dos partidos políticos na coordenação de processos decisórios no Congresso, “senão fosse essa organização partidária que institui um consenso e o quórum demoraria à aprovação de projetos”, conclui. O debate desse painel contou com a moderação do procurador da República Pedro Barbosa Pereira Neto.