“A tarefa de inaugurar um memorial para as vítimas da Covid-19 no ápice de sua evolução no Brasil é um grande desafio. Não menos relevante realizá-la no aniversário de São Paulo, patrono de nossa cidade, data em que normalmente grandes celebrações eram realizadas por toda a cidade.

Nessa data não temos o que comemorar. Estamos aqui para honrar a memória daqueles que partiram, orar pelos enfermos e semear seus ensinamentos em terreno fértil que permita como o ipê branco que ora simbolizamos se fortaleça na adversidade, propiciando a resiliência transformativa de todas as mulheres e homens antropocenos. Esperamos que a vida daqueles que se foram semeiem ensinamentos, tais como a essencialidade da preservação do meio ambiente, a conscientização da responsabilidade de todos na construção de uma verdadeira sociedade do bem estar social, a eliminação de desigualdades sociais e políticas entre mulheres e homens, a violência contra mulheres, idosos, crianças e população vulnerável, entre tantas mazelas da nossa era.

Sabemos que se trata de fenômeno mundial e que estudos estão sendo realizados em todo o mundo. Lançamos nesse momento as primeiras sementes para que de forma participativa e igualitária possamos construir juntos o legado dessa pandemia. A história das pandemias nos ensina que uso de máscaras, isolamento e hábitos higiênicos não são legados recentes. O memorial aspira a que no século 22 a memória do trauma coletivo, histórico e cultural experimentado hoje não seja esquecido pelas gerações futuras. Busca-se que os ensinamentos latentes por todas as partes do Brasil e do mundo encontrem condições adequadas para germinarem, honrando-se água, ar, clima, solo, luz e temperatura que a alimentam. As sementes hoje dormentes envolvidas nessa cápsula depositam as nossas mais genuínas esperanças, fé e expectativas, as quais lega-se as gerações futuras espaço fértil para germinação e formação de novas plântulas e, por fim, se convertam em grandes árvores.”

A promotora de Justiça do MP-SP, Celeste Leite dos Santos publicou na coluna MP no Debate na ConJur no dia 25 de janeiro artigo intitulado “Projeto Avarc e Prefeitura de São Paulo inauguram memorial”.  Associada do MPD e idealizadora do Projeto de Acolhimento de Vítimas, Análise e Resolução de Conflitos e do Memorial Avarc, Higia Mente Saudável, Celeste abordou a criação do memorial às vítimas do Covid-19 no mesmo dia do aniversário de São Paulo, uma das cidades mais afetadas pela pandemia.

Clique aqui para ler o artigo na íntegra.