“O Brasil não tem povo. O Brasil tem público”. Com a reveladora frase do escritor negro carioca, Lima Barreto, morto em 1922, o filósofo e professor da PUC-SP, Mário Sérgio Cortella, encerrou o 6° Congresso Nacional do MPD estimulando a reflexão dos participantes. Cortella falou sobre o momento atual do País, os 30 Anos da Constituição cidadã e os desafios que ainda enfrentamos para nos enxergarmos “como nação organizada, como uma comunidade de direitos e deveres”, na sua opinião, ainda em construção.

“O povo é aquele que participa, que age, que atua. O público é aquele que é espectador, que fica observando as coisas acontecerem”, enfatizou. O escritor também fez analogia do comportamento do brasileiro com a célebre frase da personagem do livro “Macunaíma”, de Mário de Andrade, eternizada pelo ator Grande Otelo no cinema: “Ai que preguiça!”, repetiu várias vezes em sua conferência, emendando com uma visão crítica, mas otimista sobre o futuro. “Temos que fazer por merecer o lugar em que estamos, a vida que temos, a nação que a gente pode e deve fazer. Aquilo que nossa capacidade de não admitir a preguiça como sendo um modo de conduta”, reforçou. Ao final foi realizada uma sessão de fotos e autógrafos com o conferencista.