Uma atualização do aplicativo Eu, Eleitor estará disponível para ser baixada em smartphones a partir desta quinta, 23. Além de melhorias gerais de usabilidade, os eleitores de todo o Brasil poderão registrar suas escolhas para presidente e governador no segundo turno. As novas funcionalidades para a atualização do app contemplam índice por letras, identificação do estado do eleitor, lista consolidada dos candidatos em todos os estados, visualização geral das escolhas, adição das opções “Nulo*” e “Branco” e senha para acesso.

“O pessoal do desenvolvimento conseguiu atualizar o app para que o Brasil todo possa registrar suas escolhas em todos os cargos e tem até o som da urna” diz em tom de comemoração a responsável pela comunicação da Integru, Fabiana Makiyama. A atualização ocorreu agora devido ao grande número de candidatos a deputados para inserir no sistema.

O próximo passo será o acesso a informações dos políticos durante suas legislaturas e governos. O desafio à frente é combinar fontes de informações oficiais, de instituições da sociedade civil organizada e dos veículos de comunicação. Os realizadores da iniciativa preveem ainda dificuldades em filtrar informações oriundas de redes sociais e blogs pessoais. Embora pertinentes, avaliam que estes instrumentos carregam juízo de valor excessivo para os propósitos de informação do projeto.Por enquanto o app está disponível apenas para o sistema Android, a partir da versão 4.0.

A idéia do Eu, Eleitor nasceu dentro dos programas de responsabilidade social da Integru Soluções Corporativas, um time de 100 pessoas voltado para cuidar de problemas para melhorar resultados de gigantes nos setores de agronegócio, aviação, saúde e meios de pagamentos eletrônicos. O desejo de contribuir para a memória e acompanhamento individual do eleitor dos seus escolhidos começou a ser desenhado em 2006. Os meios para que pudesse se tornar realidade surgiram com a multiplicidade dos instrumentos móveis de comunicação.

Realizado no tempo quase nunca livre de atendimento aos grandes contratos, o Eu, Eleitor nasceu num modelo simples, de forma discreta, mas com aval de quatro combativas entidades que defendem a cidadania. “Sonhamos que cada um facilmente anote o seu voto, tendo assim, uma memória como eleitor cidadão sempre em mãos”, diz Fabiana Makiyama. “Na medida em que interagirmos com os usuários, vamos melhorar o aplicativo para tornar cada vez mais fácil o acompanhamento dos políticos que cada um ajuda a colocar no poder. Com o tempo, a pretensão é que o eleitor tenha uma visão – muito particular, mas fundamentada – de como define suas escolhas e, talvez, melhore os seus critérios. Queremos que o aplicativo seja uma das melhores maneiras de estimular as pessoas a se tornarem eleitores conscientes, sem impor uma linha de pensamento”.

Com estrutura inicial pronta e novos módulos já em produção, o lançamento da versão inicial do aplicativo aconteceu há pouco na antevéspera do primeiro turno durante evento realizado no MPD – Movimento do Ministério Público Democrático, associação civil engajada em iniciativas cuja meta é a luta pela consolidação das instituições democráticas.

Também estiveram presentes os representantes das outras entidades apoiadoras: IBV – Instituto Brasil Verdade, que promove a educação e o acesso à informação sobre os direitos e deveres dos brasileiros; o MCCE SP – Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral Estadual SP, integrante de rede de organizações sociais, religiosas e da sociedade civil; e o PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais, que inaugurou em 1987 a luta empresarial apartidária pelo fortalecimento da cidadania, ética na política, sustentabilidade ambiental, combate ao desperdício e mau uso de recursos no setor público, justiça social, respeito à livre iniciativa e ao empreendedorismo e outras.

Para o presidente do Ministério Público Democrático, MPD, Roberto Livianu, a fiscalização ocorre de modo efetivo somente se as pessoas lembrarem, ou seja, para fiscalizar é necessário ter memória. “O aplicativo “Eu, eleitor” permite a ação de lembrar, assim ocorre o fortalecimento do sentido de cidadania”.

Mario Ernesto Humberg, primeiro coordenador do PNBE, diz que o atual sistema eleitoral tem como um dos seus principais defeitos a dificuldade do eleitor acompanhar as ações e propostas de quem recebeu seu voto. “Com o “Eu,Eleitor” cria-se a possibilidade de seguir o desenvolvimento das atitudes e ações das pessoas em que votamos para elogiar, reclamar ou tomar outras atitudes. É certamente um fator de aperfeiçoamento de nosso sistema político”.

O gerente executivo do Instituto Brasil Verdade, Lauro Andrade, afirma que o “Eu, eleitor” não contribui apenas para a memória do eleitor, mas através do uso de novas tecnologias o possibilita o maior conhecimento de seu candidato, garantindo assim mais consciência ao exercer seu direito como cidadão ao votar.

Para Luciano Santos, do MCCE Estadual SP, “Eu, eleitor” é importante para despertar no eleitor a consciência do voto. O eleitor vai lembrar em quem votou, e após a eleição vai poder monitorar o candidato. Com isso o aplicativo é muito importante para a cidadania.