A promotora Fabíola Sucasas Negrão Covas, diretora do MPD, publicou um artigo no jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a Conselheira do Conselho Nacional do Ministério Público Sandra Krieger Gonçalves. Intitulado “As mulheres e um ano de pandemia”, o texto faz uma reflexão sobre as diversas faces da violência e suas implicações na saúde e na vida das mulheres em um ano marcado pela pandemia.

“A intensificação das medidas de distanciamento social colocou à prova as vulnerabilidades das mulheres em situação de relacionamentos abusivos. Em um ano, noticiou-se que o isolamento, por si só considerado uma forma de violência contra as mulheres, constituiu-se em um instrumento de controle psicológico e físico amplamente utilizado pelos autores de violência neste período. Na pandemia COVID-19, segundo pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os casos de feminicídios registrados chegaram a um aumento de 400% no estado do Acre, 157,1% no Mato Grosso, 81,8% no Maranhão, 75% no Pará e 46% em São Paulo.

O caso da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi sensibilizou a sociedade brasileira e o ramo jurídico, culminando em notas públicas de repúdio ao feminicídio e a adoção de medidas de recrudescimento destas práticas, embora já se considerasse, esta realidade, uma questão de saúde pública e epidêmica. Estima-se que uma mulher é morta a cada nove horas durante a pandemia no Brasil, entre março e agosto de 2020, com uma média de três mortes por dia, conforme apurou o monitoramento “Um Vírus e Duas Guerras”, fruto de parceria entre sete veículos de jornalismo independente.

A Organização Mundial de Saúde considera a violência doméstica um problema de saúde pública que afeta mais de 1/3 de todas as mulheres do mundo, além de suas traumáticas repercussões para quem a testemunha, principalmente as crianças. A OMS estima que as mulheres expostas à violência de um parceiro íntimo têm o dobro de vezes de ter depressão, quase duas vezes mais de ter problemas com álcool e maiores chances de contraírem infecções sexualmente transmissíveis.”

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