O Movimento do Ministério Público Democrático, por sua diretoria, vem a público manifestar sua preocupação com o discurso do ódio e a escalada da violência que invade nossos lares.

O momento atual de crise aguda tem levado a muitas reflexões importantes, mas também, a radicalismos.

A onda de insegurança, gerada por inúmeros fatores, tem levado a discursos de ódio contra diversas parcelas da sociedade; e, também, a uma proposta simplista de armar a população, como se isso resolvesse todos os problemas do país. Armas não produzem alimentos; armas não produzem moradia; armas não produzem saúde ou educação. Armas produzem mortes. Armas podem produzir segurança, se estiverem nas mãos corretas; nas mãos erradas, produzem mais insegurança. É certo que algumas pessoas ou alguns grupos especiais possam ter necessidade de portar e usar armamentos, mas isso não justifica que toda a população precise de armas. Portar arma é atividade de altíssimo risco e exige preparo técnico e psicológico irrenunciáveis. O Brasil inscreveu em sua Constituição a opção pela paz; mas é preciso que a população acredite que ela é possível. Nossos desentendimentos não podem ser solucionados na base da agressão, xingamentos e troca de tiros. Para isso criamos instituições como polícias e órgãos da Justiça. Se a população não pode ficar alheia aos desafios, que participe ativamente das instituições democráticas. Há espaço para todos que queiram contribuir para a solução dos problemas; mas a maioria delas não está no cano de uma arma. Pense nisso. “Tolerância exige muita prática”.