“O Datafolha acaba de publicar pesquisa segundo a qual 53% das pessoas ouvidas acreditam que a corrupção aumentará. Em dezembro eram 36%, o que significa que houve aumento de 50% neste universo, o que é terrivelmente alarmante em três meses.

É necessário contextualizar. A coleta de dados acontece no exato momento em que o escândalo de corrupção do Ministério da Educação vem à toca e derruba o ministro. Bispos integrantes do chamado gabinete paralelo exigiam ouro de prefeitos para liberar verbas devidas a prefeituras. Enquanto isto, este mesmo Ministério nenhuma solução apresenta para resolver o déficit de aprendizagem da pandemia para as crianças pobres, piorando ainda mais a desigualdade social.

O orçamento secreto também se mantém vivo e operante no Congresso, desafiando o Supremo Tribunal Federal, não tendo sido informados os dados determinados pelo STF. Quase não mais se ouve falar sobre o relatório da CPI da pandemia, que apontou corrupção a nível federal, mas é frequente ouvirmos louvor ao nepotismo como se fosse virtuosa política pública, enaltecido com entusiasmo pelo líder do Governo na Câmara.

Nos quase dez anos da Lei de Acesso à informação, que se completarão no próximo mês de maio, sabemos que a cultura da transparência não foi por nós absorvida e estamos ainda engatinhando neste plano, não obstante o compromisso que assumimos perante o mundo em 2011 ao assinarmos o Pacto dos Governos Abertos ao lado de Estados Unidos, Filipinas, Reino Unido, Noruega, México, Indonésia e África do Sul”.

Roberto Livianu é procurador de Justiça no MPSP, presidente do INAC – Instituto Não Aceito Corrupção e ex-presidente do MPD – Movimento do Ministério Público Democrático, publicou na coluna MP e Democracia em O Estado de S. Paulo, no dia 08 de abril, o artigo intitulado “Corrupção presente”.  

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